sábado, 17 de maio de 2008

cento e sessenta e sete

As primeiras descobertas sempre rendem boas histórias. Paulinho tinha 6 anos quando ganhou uma cachorrinha de estimação. A bichinha era uma gracinha, fofinha, dócil. A mãe do Paulinho, num momento de criatividade, decidiu batizar a cadela de Xuxa. Paulinho sempre dizia que Xuxa era sua melhor amiga. A casa era cheia de fotos do Paulinho brincando com a Xuxa ou abraçado com ela.

Acontecia, às vezes, do Paulinho cortar o pêlo da cadela. Ou então de desenhar nos pêlos claros da bichinha. Uma vez, ele quebrou a pata dela. Mas não havia dúvidas de que era tudo sem querer. Todos sabiam que Paulinho amava a cachorra.

Alguns anos depois, Paulinho se viu sozinho com a Xuxa. A mãe estava no trabalho e o pai tinha ido ao açougue. Paulinho olhou para Xuxa e sentiu uma coisa diferente. O menino começou a abraçar a cadela. Depois beijou o rostinho peludo. Instantes depois, tava beijando a boca da cadela. E uma coisa aconteceu.

Paulinho resolveu botar a mão dentro da bermuda e confirmou que o pipi tava empolgado. Foi a primeira vez que Paulinho reparou no pipi. Mas ele nem pensou muito. Só percebeu que era bom ficar passando a mão. E ficou brincando com o pipi, do lado da cachorra. Não demorou muito pra ele reparar no furinho da cadela. E resolveu brincar de encaixar. Xuxa ficou assustada, mas não reagiu. Paulinho gostou da brincadeira e resolveu procurar furinho no gatinho da mãe. Foi quando ouviu passos. Paulinho abraçou a cadela e essa virou uma daquelas histórias que não existem simplesmente porque nunca foram contadas. Até agora.

Nenhum comentário: