sexta-feira, 22 de maio de 2009

trezentos e noventa e nove

― Alô?!
― Boa tarde. Meu nome é Rosana , sou gerente de RH e estou ligando pra buscar referências do Pablo Pires, que trabalhou na sua empresa há alguns meses.
― Ah, o Pablo era um ótimo funcionário: comprometido, interessado, proativo, honesto, trabalhava bem em grupo...
― Muito obrigada! Ele parece mesmo ser um bom rapaz!
― Sim, sim. E sempre compareceu dentro do horário dele!
― Pontualidade também é uma excelente qualidade!
― Pois é... Ele trabalhava das 9 às 17h e nunca chegou depois das 17h.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

trezentos e noventa e oito

Desafio de léxico:

Qual é o nome daquele estalar de dedos (movimentos bruscos da mão com o indicador relaxado e os outros dedos rígidos, provocando estalos) usado para demonstrar sagacidade?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

trezentos e noventa e sete

Proatividade sf qualidade (apresentada principalmente por empregados de cargos inferiores numa empresa) caracterizada por frequentes iniciativas para resolver pendências ou assuntos que são da responsabilidade de seus superiores, sem nenhuma pretensão financeira ou profissional, motivadas apenas pela lealdade à empresa, e sustentadas pelo conformismo em relação à remuneração recebida.

Proativo adj diz-se do sujeito que se expõe a uma carga de trabalho muito além das suas atribuições, proporcionando uma carga de trabalho reduzida aos seus superiores (inversamente proporcional aos salários).


Muito conveniente, não?

terça-feira, 19 de maio de 2009

trezentos e noventa e seis

Teoria: O caráter dos egoístas é melhor que o dos altruístas.

As pessoas são instáveis. Umas mais, outras menos. Existem variações até mesmo de acordo com os dias, as horas ou a fatores externos. Mas isso é apenas um fato. Ninguém é o rei da receptividade full time. Ponto. A partir dessa constatação, podemos afirmar que uma pessoa sincera é passível de variações de postura social. E, no melhor estilo maniqueísta, podemos dividir as pessoas em dois grupos: egoístas e altruístas.

Normalmente, os altruístas são vistos como pessoas nobres, preocupadas com a causa social e capazes de sacrifícios pessoais por um mundo melhor. E os egoístas? São o lado sombrio, pessoas que só se preocupam com o próprio umbigo. Mas não é bem assim.

Pensa comigo: uma pessoa que se preocupa extremamente com o próprio bem-estar precisa que todo o ambiente ao seu redor esteja completamente harmonioso. Afinal, o ambiente interfere diretamente no estado de espírito das pessoas. E o estado de espírito das pessoas interfere diretamente no bem-estar do egoísta. Quando um egoísta toma uma iniciativa em relação a uma outra pessoa, isso significa que aquela pessoa tem algum valor para ele. Sim, o egoísta está tentando poupar o próprio sofrimento ou tentando alcançar a própria alegria. Mas acho bonito que o egoísta seja afetado pela alegria e tristeza das pessoas ao seu redor. O mesmo não acontece com o altruísta.

Pro altruísta, as pessoas são uma unidade homogênea. Ele trata todos do mesmo jeito. Não existe hierarquia de sentimentos, não existe mau-humor, não há nenhum obstáculo que impeça o altruísta de mostrar o quanto os seus gestos são nobres. Tal constatação, sejamos lógicos, demonstra que o altruísta é um ator que se dedica a cumprir tal papel. Todos sabemos que o altruísmo é visto como uma qualidade e que as pessoas mais receptivas, mais efusivas e mais simpáticas são vistas com melhores olhos do que pessoas que deixam transparecer suas oscilações individuais. Portanto, o desejo mais sincero do altruísta é se dar bem às custas da manutenção de uma imagem associada à nobreza de caráter. Ou você realmente acredita que o altruísta está mesmo preocupado com cada uma das bilhares de vidas do planeta? Uma pessoa capaz de usar máscaras em busca de vantagens pessoais é muito mais egoísta do que uma pessoa que respeita os próprios sentimentos e emoções.

Admiro a forma intensa como os egoístas se relacionam com os outros. Não há nada mais egoísta do que a falsidade generalizada dos altruístas.

PS: Parece que eu não sou a única a pensar assim. Este post me fez chegar ao The Virtue of Selfishness: A New Concept of Egoism. Lerei em breve.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

trezentos e noventa e cinco

Caro professor,

Eu não gosto de acordar cedo. Também não gosto de desperdício de tempo, nem de energia. O deslocamento até a instituição de ensino é um esforço intenso demais para ser recompensado com duas horas de blablablá sem o menor fundamento. Desculpa, mas não estou interessada na sua vida pessoal, nem nas suas histórias profissionais. Não sou terapeuta. Não sou sua amiga. Não sou sua fã. Meu ouvido não é penico e o meu corpo não é de bronze. É essencialmente impossível que a atenção de qualquer ser humano possa estar voltada a um único foco por tanto tempo. É humilhante ser obrigada a sentar de frente a uma fonte sonora que muitas vezes é consideravelmente desagradável. Frequentemente me sinto como se o silêncio fosse mais digno de penetrar pelos meus ouvidos do que as palavras que saem da sua boca. Mas não há nada pior do que ser obrigada a suportar meses de tortura em troca de alguns créditos que, somados com muitos outros, me proporcionarão - um dia - o direito de ter um diploma no meu nome. Deveria ser diploma de psicóloga, já que a maior parte do curso é dedicada a sessões de tortura psicoterapêutica. Ou diploma de ouvinte, sei lá. Afinal, nenhum professor segue a ementa dos cursos que ministram mesmo. Você não é diferente. Eu sei que a bibliografia recomendada não passa de dados para serem incluídos na última página dos trabalhos acadêmicos.

Mas, sejamos práticos: já pensou em fazer terapia com um profissional? Que tal avaliar os alunos de acordo com os objetivos da disciplina? E, sobre a presença obrigatória, trata-se de carência? Necessidade de público? Ou exibicionismo?

Nós sabemos que o conteúdo não precisa necessariamente ser transmitido em encontros maçantes e tão frequentes. Cabe a você nos proporcionar uma experiência mais agradável - e construtiva - de aprendizado.

Tenha um bom dia.

M.

sábado, 9 de maio de 2009

trezentos e noventa e quatro

― Meto bala mermo!
― Como assim?!?!?! Que absurdo!
― Absurdo é nego achar que pode sair assaltando e matando todo mundo por aí.
― Mas não é meio incoerente usar da violência para combater a violência?
― Não acho, não. Invadir o espaço alheio é praticamente um convite a qualquer tipo de punição.
― Mas quem você pensa que é para julgar alguém?
― Sou alguém que sabe que uma pessoa socialmente saudável não é capaz de invadir o espaço alheio.
― Mas essa pessoa pode ter seus motivos...
― E eu tenho os meus!
― Mas você pode ser presa...
― Atitude heróica, não?
― Continuo achando que ninguém está em condições de julgar ninguém.
― E eu continuo achando que, nesses casos, são eles mesmos que determinam o próprio veredicto. A escolha é deles.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

trezentos e noventa e três

Encontrei uma prova do catecismo nos arquivos da minha infância. Preciso dividir isso com vocês:



Rio, 01 de Julho de 1992

AVALIAÇÃO

1- Leia com atenção e responda:
Quem é Deus?


2- Marque com um X a resposta certa:
Jesus Cristo é:
( ) historiador
( ) agitador
( ) mentiroso
( ) filho de Deus feito homem
( ) filho do mal

3- Recebemos a semente da graça de Deus no ________________

4- O demônio semeia o ___________

5- Jesus se comparou a uma _______________ e nós _______________

6- Que é pecado?

7- Depois dos apóstolos a quem foi dado o poder de perdoar os pecados?

8- Fale sobre Zaqueu, resumindo a história.

9- Cite os meios para se fazer uma boa confissão.

10- Escreva o pequeno ato de contrição.


Agora entendo as razões do meu ateísmo.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

trezentos e noventa e dois

É impressão minha ou o comércio realmente destrói a auto-estima dos seus empregados?

quarta-feira, 6 de maio de 2009

trezentos e noventa e um

Avisa pro MEC que um cidadão bem formado nos dias de hoje precisa conhecer as leis, os equipamentos tecnológicos básicos, os principais conceitos de política e as melhores formas de administrar a própria renda. Seria interessante ter aulas de Direito, Tecnologia, Política e Economia desde a educação primária. Seríamos mais preparados para a sociedade.

terça-feira, 5 de maio de 2009

trezentos e noventa

― Odeio essas pessoas que querem agradar a todo custo.
― Por quê?
― Simplesmente porque isso não existe. Nenhuma pessoa tem essa vontade de agradar todo mundo o tempo todo.
― Então você considera essas pessoas como falsas?
― Exatamente! Usam a falsidade para tirar proveito das situações!
― Então você tá dizendo que agradar os outros gratuitamente é um sinal de falsidade?
― Isso! As pessoas que ficam puxando o saco dos outros sempre querem algo em troca.
― E querer algo em troca não é um objetivo legítimo?
― Bem... Ninguém quer se dar mal, né?
― Então não há nada mais sincero do que buscar o melhor pra si!
― Fato.
― E você concorda que agradar os outros é uma boa ferramenta para se conseguir o que quer, né?
― Concordo. Mas acho sujeira.
― Mas por quê? Você acha que as pessoas são tão inocentes assim, ao ponto de não perceber que existem outras intenções por trás de toda aquela receptividade?
― Talvez.
― Não são. Todo mundo sabe que, dentro das CNTP, as pessoas são egocêntricas e introspectivas.
― Faz sentido...
― Logo, concluímos que usar da chamada "falsidade" para atingir certos objetivos não passa de uma demonstração sincera de que se deseja crescer através dos outros.
― Realmente... Fica nítido.
― E pode ter certeza de que é sincero. Essas pessoas não disfarçam uma grande vontade de se dar mal. Querer se dar bem às custas dos outros é um desejo real dessas pessoas.
― ...

domingo, 3 de maio de 2009

trezentos e oitenta e nove

Licença poética pra namorar um pouco.



Volto logo.

sábado, 2 de maio de 2009

trezentos e oitenta e oito

Se você acha que eu tô meio puta com o mundo, devo lhe confessar que eu não tenho feito parte do mundo ultimamente. Tô presa numa dimensão paralela. Espero voltar um dia. Beijo.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

trezentos e oitenta e sete

― Você não me ama de verdade.
― Hã? Como assim???
― Eu nunca te inspiro. Você nunca escreve sobre mim.

No fundo, todo artista sabe que a inspiração diz muito sobre os sentimentos de qualquer artista. Talvez seja até mais importante que meros sentimentos. O problema é quando a inspiração não fica clara.

Eu posso nunca ter me sentido incluída na tua arte, mas prefiro acreditar que te inspiro. Até porque isso me inspira. Mesmo que você não saiba.