terça-feira, 22 de janeiro de 2013

quatrocentos e sessenta e três

É tanta gente no mundo trabalhando única e exclusivamente por dinheiro que, às vezes, quase me convenço de que a maior motivação laboral deveria mesmo ser financeira.

Mais uma vez sou diferente. Trabalho pela realização. Minha maior motivação consiste na oportunidade de aprender e admirar um trabalho que representou algum processo intelectual ou criativo para mim.

Dinheiro é importante, claro! E, apesar de tudo, nunca vou me sentir inteiramente realizada antes de ter condições de ter o meu cantinho e um mínimo de conforto. O mercado de trabalho adora identificar pessoas com o meu perfil e aproveitar para sugar a energia em troca de salários simbólicos. Isso funciona por um tempo, mas logo outra oportunidade igualmente mal-remunerada começa a parecer mais interessante. O que eles não percebem é que, assim como eles usufruem do meu trabalho barato, eu usufruo da estrutura da empresa para adquirir o máximo de conhecimento no menor intervalo de tempo possível. E se o pagamento pelo meu background não atingir um nível razoável, a empresa acaba perdendo uma profissional de alto nível. E eu, adio mais uma vez a realização completa em troca de mais alguns fragmentos de realização.

O que não dá é para trabalhar fazendo algo que eu detesto. Isso, nem pagando rios de dinheiro!

"Não entendo como você, cheia de cursos, com 2 faculdades e MBA aceita ganhar tão pouco. Eu só vou se me pagarem mais de R$14 mil."

Pois é... Os escravos do dinheiro jamais entenderão.