quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

quatrocentos e quarenta e sete

A farsa da "Síndrome do Pato"

Sempre ouvi a velha história (des)motivacional da síndrome do pato: "O pato pode correr, voar e nadar. Mas faz tudo mal feito porque não foca em nenhuma atividade" e isso sempre me deixou culpada por cultivar interesses variados. Até agora.

Primeiro: não somos patos. Temos uma inteligência diferenciada, com direito a memória. Ou seja, uma baita vantagem intelectual! A capacidade de armazenar e processar os nossos progressos aumenta a velocidade do nosso processo de desenvolvimento pessoal.

Segundo: vivemos em sociedade, somos educados, nos comunicamos e partilhamos toda uma cultura. Portanto, nosso processo de aprendizagem não é individual. Trocamos informações com outras pessoas que estão passando ou já passaram pelo mesmo processo e, através das nossas vantagens intelectuais, tudo se desenrola de forma mais objetiva. Principalmente agora, que estamos conectados a uma rede mundial!

Terceiro: temos tempo. Um pato vive, em média, entre 10 e 15 anos. Brasileiros vivem, em média, 73 anos. Realmente, se o pato dedicasse toda a sua vida a voar OU correr OU nadar, ele até poderia ser muito bom na atividade escolhida. Porém, seres humanos têm tempo para desenvolver diversas habilidades simultaneamente. É claro que vai demorar um pouco mais para atingir o status de especialista. Mas quando conseguir reconhecimento, poderá ser em diversas áreas diferentes. Não estamos falando de algo impossível.

Moral da história: você pode ser um especialista aos 25 anos de idade. Ou pode ser um multiespecialista aos 40. É uma escolha pessoal e só cabe a você. Não importa o que esse pessoal pessimista, treinado para viver pouco, tenta enfiar na sua cabeça. We can do it! Não há nada de errado em ser um "pato" e o futuro vai provar isso! ;)

Duck Pride! Yeah!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

quatrocentos e quarenta e seis

Supernutritivo

Não sei o que acontece com as pessoas, nem exatamente quando, mas o fato é que nego cresce e adquire um monte de frescura. Depois de passar anos da infância praticando todo tipo de nojeira, entra numa de valorizar a higiene de uma forma quase doentia. Se eu fosse me basear pelas coisas que eu ingeri na minha infância, jamais torceria o nariz para nenhuma comida. E ainda me permitiria degustar muitas não-comidas. Esse post era pra ser uma homenagem ao Dia das Crianças. Atrasou um pouquinho, mas aí vai.

As coisas mais bizarras que eu comi na minha infância. E olha que, felizmente, nunca comi merda. (Ufa!)



1. A Bíblia Sagrada... Nas aulas de catecismo sempre rolava o campeonato pra ver quem comia o maior pedaço de papel. E, bom... digamos que eu sou meio competitiva. E foi Deus quem me fez assim... Ou não?

2. Cordão de macarrão. Trabalhinho de artesanato da escola. Você pega o macarrão e usa como miçanga. No caso do meu cordão, tenho a impressão de que ele foi pintado com canetinha. Enfim... depois de anos e anos jogando o acessório/brinquedo de um lado pro outro, me dei conta que aquelas miçangas nada mais eram que macarrão cru. Aí já viu, né. Comi tudo. Do jeito que tava.

3. Sabe esses programas matinais de dona de casa? Uma vez ensinaram a receita de massinha caseira. Era feita com ingredientes de cozinha mesmo: farinha, leite, ovo... essas coisas. E anilina, claro! Minha avó preparou várias cores pra mim. Eu brinquei pra caramba com as massinhas: no chão, nas mesas... Fazia minhoquinha, bonequinho... e comidinha! Semanas depois, não tinha sobrado nenhum pedaço da massinha. Teria evaporado?

4. Nego gosta de incentivar as meninas a serem "do lar". Nessa, eu ganhei um liquidificador de plástico e uma batedeira, ambos cor-de-rosa. Não tinha nenhum forninho de brinquedo pra cozinhar as misturas. Com isso, eu ficava com potes e mais potes de ovo cru, batido com açúcar. E tinha que botar pra dentro, claro! Afinal, qual é a graça de brincar de comidinha com comida de verdade e não degustar as gororobas?

5. Meu avô tinha um bordão: "Vai lamber sabão!". Preciso contar o resto?

6. Esses brilhos labiais de frutinha são tão bonitinhos! Certa vez, arrumei alguns que, além da embalagem e do cheiro de fruta, também tinham gosto de fruta. Comi tudo com o dedo. Tipo Danoninho.

7. A sabedoria popular da escola primária dizia que comer formiga fazia bem pra vista. Aí resolvi suspender o salgado da cantina e cair de boca nas formigas do parquinho.

8. Minha avó fazia bolos decorados. Com isso, os armários da cozinha eram cheios de corantes e anilinas. Eu não gostava de leite puro, mas tudo mudava quando o leite ganhava as mais variadas cores e ficava parecido com aqueles drinks da TV. Bom... eu ainda desconhecia uma doença chamada câncer.

9. As garrafinhas de Coca-Cola foram um clássico da minha geração. Praticamente todo mundo tinha essas miniaturas decorativas. A miniatura era tão perfeita, que eu cismei que tinha Coca-Cola dentro. Abri uma das garrafinhas e bebi. O líquido tinha um gosto horroroso de ferro. Não satisfeita, eu bebi os meus 2 engradadinhos, só pra ter certeza de que nenhum deles escondia o meu refrigerante preferido. Pois é... Era tudo falso mesmo.

Tenho que lembrar do tipo de coisa que eu comia na infância quando aparecer aquele cabelo na minha comida. No fim das contas, sobrevivi e fui uma criança bastante saudável até.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

quatrocentos e quarenta e cinco

Caverna de Bernardo

Já faz alguns dias da veiculação da matéria sobre as crianças que foram "resgatadas" da caverna onde viviam com seus pais. Para quem ainda tá por fora, a matéria é essa aqui:



Agora, cá entre nós, quem falou que essas crianças queriam mudar de vida? De onde tiraram que viver nesse mundo caótico seria a solução para os problemas deles? Não consigo aceitar essa mania ocidental de achar que a única opção certa é a que reflete a cultura capitalista. Aposto que essas crianças eram felizes na caverna, com suas descobertas, suas criações e seu desenvolvimento particular. Agora foram jogadas nesse mundo cruel e serão forçadas a respirar conceitos que nem mesmo os que foram domesticados sob essa cultura conseguem se adaptar: serão obrigadas a assimilar toda a bagagem de informação, todo o idioma (supostamente desconhecido)... e o pior: serão obrigadas a trabalhar e se sustentar! O velho ciclo desesperador!

Torço para que essas crianças consigam encontrar alguma felicidade. Seja no mundo-cão, seja de volta à caverna. E, se considerarmos que elas tinham o suficiente para sobreviver e desconheciam todos os supérfluos disponíveis nas prateleiras mundo afora, talvez a única forma desses serem humanos serem efetivamente felizes já tenha sido tomada (ou como preferem afirmar na matéria: "resgatada") de suas vidas. E sem volta. Cruel.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

quatrocentos e quarenta e quatro

Eleições 2010



Você vai votar em quem pra Presidente?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

quatrocentos e quarenta e três

Painéis da Coca-Cola inspirados na Copa na África

Gostei tanto dos painéis que a Coca-Cola pôs nos pontos-de-ônibus do Shopping Rio Sul durante a Copa do Mundo da África, que fiz questão de registrar:

quinta-feira, 15 de julho de 2010

quatrocentos e quarenta e dois

Lata de sardinha

Imagens do ônibus 484B (Penha - Ipanema), "bombando" às 7h da manhã.

Valor do ingresso: R$2,90

É pra quem gosta de calor humano.




Não se iluda com a má qualidade das fotos: o ônibus estava LO-TA-DO. Havia 3 filas de pessoas em pé no corredor, a parte anterior à roleta estava intransitável e até as escadas estavam cheias.

Novidade? Nenhuma! O 484 circula lotado a qualquer hora do dia (e da noite). E, como a Breda é a única empresa que leva os moradores da região da Leopoldina (Penha/Olaria/Ramos/Bonsucesso) pra seus longínquos empregos e/ou estudos na Zona Sul, nada mais lucrativo do que circular com intervalos maiores do que os adequados para atender a demanda. E, ainda por cima, oferecendo apenas a versão especial (leia-se: mais cara) para aqueles que não querem fazer um tour pela cidade até chegar ao destino final. Nego quer mais é ganhar dinheiro às custas do perrengue alheio mesmo!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

quatrocentos e quarenta e um

A Arte da desgraça. Desgraçarte?

A primeira vez que eu notei a existência dos artistas de rua foi há 10 anos atrás, na primeira viagem da minha vida. E não foi instantâneo. Precisei revelar as fotos e admirá-las algumas vezes para reparar no trabalho de uma jovem que cobria seu corpo com tinta dourada e possivelmente vivia disso. Primeiramente, achei bonito. Gosto dessas estéticas mambembes. Depois reparei que, além de tudo, é um trabalho que oferece certa liberdade. Nada como ser artista!

O Centro do Rio de Janeiro é o melhor lugar para encontrar todos os tipos de artistas de rua: músicos de entrada do metrô, estátuas-vivas, palhaços, mágicos, malabaristas, equilibristas, artesãos hippies, poetas (frequentemente hippies também)... Se as pessoas não vão mais até o circo, então é o circo que vai até elas. E divide espaço com o comércio e com a correria urbana. Mas sempre tem alguém que arranja um tempinho para apreciar a arte.

Porém, não é só de circo que vive o entretenimento das ruas. Existe uma categoria de entretenimento que sempre se mostrou muito lucrativa: o freak show. Suponho que os ciganos se encaixem nessa categoria. E é nela que se encaixam os aleijados, os anões e todo tipo de deformado que opta por exibir suas diferenças em troca do que o público estiver disposto a pagar. Se partimos do princípio que o artista é aquele que realiza uma determinada atividade técnica ou estética com particular habilidade, talvez pudéssemos considerar os ambulantes e os ladrões como artistas urbanos. Mas isso é raciocínio para algum outro post.

E, paralelamente a isso tudo, tem as artes cênicas, claro. Ao constatar que ganha mais quem consegue gerar sentimento de pena no público, muitos resolveram utilizar dos seus talentos cênicos e acabaram por criar uma nova arte de rua, que podemos chamar de desgraçarte, na falta de um termo específico no dicionário. O desgraçartista muitas vezes possui alguma deficiência física ou cicatrizes de grandes acidentes passados. Mas até mesmo os agraciados com um corpo são podem atuar nesse segmento. Basta ter criatividade. E, assim, multiplicam-se os desgraçartistas, que sobem no palco ônibus e atrapalham o sossego da nossa viagem para esfregar todo o seu show na nossa cara: desde o triste enredo, com doenças, fome e morte, até o fedor e todas as deformidades naturais ou simuladas. Ontem mesmo, assisti à apresentação de um rapaz que usava ataduras no corpo todo, máscara no rosto e uma muleta. Ele falou sobre uma suposta doença, remédios caros e tal. Depois fez questão de tirar a máscara e pedir dinheiro para todos os passageiros, bem de pertinho.

Pois é, no Brasil não se ganha dinheiro com talento, capacidade, conhecimento, especialização... Para ganhar dinheiro no Brasil, você tem que ser o coitadinho doente, passando fome. Otherwise, torça para papai e mamãe viverem para sempre, te empregarem ou deixarem uma herança bem gorda. O consolo é que, na necessidade, basta se vestir com uns panos de chão, passar uns dias sem tomar banho, espalhar alguns curativos pelo corpo e pronto! Quebre a perna!

terça-feira, 11 de maio de 2010

quatrocentos e quarenta

Manual prático de como fazer faculdade

Já se passaram 8 anos desde que eu dei início às minhas formações de nível superior. Talvez sejam 8 anos exatos, porque lembro que algo adiou o início das aulas de 2002 para maio. Passei por vários cursos e acompanhei muitas mudanças nesse período: mudanças no sistema do vestibular, mudanças curriculares e nos corpos docentes (e discentes, claro). Já concluí formações, bem como tranquei algumas, abandonei outras e estou cursando uma outra. Já estagiei em praticamente todos os prédios da UFRJ e já participei de diversos seminários, palestras e eventos em geral, especialmente os que oferecem boca-livre. Também passei por universidade particular e até ostento um belo diploma devidamente pago. Dá pra fazer muita coisa em 8 anos e eu diria que estou aproveitando bem a minha (longa) vida de estudante universitária. Apesar de tudo, o meu principal interesse acadêmico ainda não encontrou espaço para se desenvolver: a pesquisa. Não que não haja pesquisa nas universidades, mas o problema é que um bolsista de pesquisa deve pesquisar o que o orientador deseja pesquisar, e, inexplicavelmente, todos os pesquisadores de Comunicação se interessam por muita bobagem (ao meu ver, obviamente).

Por outro lado, ganhei uma ótima bagagem sobre um assunto que não estava nos planos: a picaretagem. Aprendi que é possível se formar sem assistir às aulas e que, na verdade, as aulas não servem pra nada, a não ser para a submissão de grupos de jovens aos mais variados discursos unilaterais, sejam eles de caráter político, econômico ou terapêutico. Também aprendi que vale mais ter um amigo qualquer para assinar a lista de presença do que ter amizades sinceras baseadas em compartilhamento de interesses comuns. Ser visto é melhor do que produzir discretamente. Saber se vestir bem é fundamental. Assumir e ter orgulho de pertencer à classe média ou alta é quase um pré-requisito, e aprender a mentir (ou omitir) se faz necessário aos poucos gatos pingados que precisam enfrentar o busão lotado, o engarrafamento e as nossas terríveis vias expressas que nos conduzem lentamente lá da putaquiupariu pra alguma dessas "ilhas de elite". É melhor justificar uma falta com uma viagem ao exterior do que com um caos na Avenida Brasil. Caso você queira aprender, pesquise. Pode até ler os livros que os professores indicam, é até melhor pras suas relações profissionais do que garimpar uma monografia repleta de conteúdo. Estude, sim, mas por fora: faça cursos, leia em casa, use a Internet e seja crítico sempre. E, pra finalizar, é preciso caprichar no networking: puxar saco de professores (E MUITO!), sustentar "conversas de xérox" e sorrisos de corredor, e, principalmente, ser proativo nesse processo. Porque professor universitário que é professor universitário tá pouco se lixando pra você. A preocupação deles é com marketing pessoal e tudo que você puder fazer para facilitar a vida deles nesse sentido será extremamente bem-vindo. Quanto às suas questões profissionais e orientações sobre os SEUS interesses, eles não têm tempo. Afinal, precisam fazer as malas pra viajar pro próximo congresso, onde vão encher a cara com a galera mais cool do meio acadêmico. Funciona assim. E é exatamente por essas (e outras) que eu quero seguir carreira acadêmica.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

quatrocentos e trinta e nove

Ética e moral nos coletivos

Passar 1/6 da vida dentro de ônibus faz você elaborar teorias das mais variadas. Graças à minha (farta) experiência no assunto, formulei alguns preceitos sobre uma questão específica do comportamento humano dentro do bom e velho busão: o espaço visual.

Ao entrar num coletivo, você se insere em um universo de significados bem particular. Você passa a assumir o papel de passageiro, que sugere que você está apenas de passagem por aquele meio de transporte. Isso faz de você um elemento subordinado ao motorista (também conhecido como "piloto"), figura máxima do universo de duas portas. Outras figuras fazem parte desse universo: o cobrador, o rodoviário, o idoso, o estudante de escola pública, o deficiente, o camelô, o pedinte, o assaltante, o carona, a namorada do piloto...

Como em qualquer universo, cada papel desse é regido por um sistema de normas sociais. Um bom exemplo disso é a namorada do piloto, cuja norma geral é viajar de graça, sentada na capota e conversando com o motorista durante toda a viagem.

Algumas regras servem para todos: devemos ceder o lugar pros idosos, gestantes, deficientes e pessoas com criança de colo; devemos ceder a bolsa pro sujeito que te mostra um canivete ou uma faca... E existe uma questão de extrema importância em uma viagem de ônibus: o espaço visual individual. O cobrador (quando existe) é a quem é permitido o maior espaço visual do veículo. Ele pode olhar em qualquer direção, para quem quiser, sem a menor cerimônia. E ainda pode olhar de cima! Quanto aos que viajam em pé, a regra é simples: todo espaço à frente dos seus olhos é visualmente seu, com direito à um ângulo de 45° de abertura. Complexo mesmo, é o funcionamento dessas regras para passageiros que sentam nos assentos, duplos, que proporcionam demasiada proximidade a pessoas que nunca se viram na vida.

As regras do espaço visual do passageiro sentado são baseadas no princípio de que os vizinhos de assento devem se comportar como se o outro não existisse. Vizinhos de assento têm direito à privacidade individual e a coisa funciona como se houvesse uma mureta entre os dois assentos. Situações na qual um dos vizinhos iniciam um diálogo ou olham para o outro são consideradas como desconfortáveis. Pra facilitar o raciocínio, vamos às ilustrações:


Figura 1

Na figura 1, observamos a área relativa ao espaço visual de cada passageiro: o da janela, em cyan, e o do corredor, em magenta. Essa configuração é a ideal e seu conforto é devido ao fato de que o espaço visual dos vizinhos só se encontra fora dos limites físicos do veículo. Ambos desfrutam do seu espaço sem invadir o espaço do outro.



Figura 2

A figura 2 mostra uma situação na qual o passageiro do corredor invade o espaço visual do passageiro da janela, certamente proporcionando desconforto ao passageiro invadido. Muitas vezes esse tipo de invasão do espaço visual está relacionada a um interesse sexual (invasão latitudinal) ou a um interesse criminoso (invasão focada, localizada no objeto de interesse).



Figura 3

Nesse caso, é o passageiro da janela que invade o espaço visual do passageiro do corredor, provocando o desconforto deste último. É uma invasão mais comum que a anterior, pois pode ser justificada por um interesse do invasor em relação a algo que supostamente aconteceria/existiria no campo de visão da janela do hemisfério oposto. De qualquer maneira, é uma quebra de protocolo que deve ser evitada.

Essas ideias foram baseadas nos modelos dos ônibus cariocas e podem variar de cidade para cidade. Imagino que todo mundo conheça essas regras de forma empírica, mas organizar as informações nunca é demais. ;)

domingo, 25 de abril de 2010

quatrocentos e trinta e oito

Ah, os direitos humanos...

Esse negócio de declaração universal de direitos humanos é a maior furada da contemporaneidade! É baseada em conceitos que estão longe de serem partilhados por todos. Como eu gosto de cutucar as pessoas, driblei minha gripe e vim aqui cuspir algumas considerações sobre o assunto.



Artigo I
Como assim todos nascem livres e iguais? De onde tiraram isso? Não conheço 2 pessoas que tenham nascido nas mesmas condições e com liberdade de escolha. Que eu saiba, só começam a nos conceder as primeiras liberdades muitos anos depois que começamos a falar. Não venha me dizer que o filho de uma mendiga nasce nas mesmas condições de dignidade que o filho de uma grande empresária. Poupe-me da hiprocrisia! "Devem agir com espírito de fraternidade"... Claro! O espiríto de fraternidade é fundamental para conter as emoções mais ameaçadoras de qualquer pessoa. Muito conveniente!

Artigo II
Se todos temos a capacidade de gozar dos tais "direitos humanos", então concordamos que faltam oportunidades!

Artigo III
"Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal". Desde que possa pagar por elas, obviamente!

Artigo IV
A escravidão é proibida. Mas trabalhar que nem um filho da puta pra não conseguir nem mesmo pagar as contas no final do mês, aí tudo bem.

Artigo V
Ninguém deveria ser submetido a tratamento desumano... Mas engarrafamentos, hospitais sem médicos, assaltos regulares e traições conjugais não têm problema. Pra não falar das dinâmicas de grupo!

Artigo VI
"Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei". Até mesmo os desumanos!

Artigo VII
Se todos são iguais perante a lei e têm os mesmos direitos, alguém pode me explicar o mecanismo que dá a pessoas dotadas de determinadas características físicas específicas o direito de acusar outras de preconceito por causa de metáforas enquanto outras simplesmente não podem reclamar? Queria ter sido mais direta aqui, mas esse assunto deve ser tratado cheio de dedos. Principalmente porque eu, apesar de já ter sido comparada com coelhos, baleias, leoas e aves, nunca fui comparada com nenhum primata (vale ressaltar que os humanos também pertencem à ordem dos primatas). Isso pra não falar dos direitos básicos que são constantemente negados a quem não tem dinheiro.

Artigo VIII
"Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei". Ah, claro!

Artigo IX
"Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado". E os engarrafamentos? E as enchentes? E os tiroteios? Já cansei de ficar presa em pontos de ônibus por falta de carros e/ou de espaço dentro deles. Pra não falar das filas de banco!

Artigo X
Todos têm direito a julgamento imparcial, mas a possibilidade de comprar o próprio veredicto é uma característica inerente ao capitalismo. Não tem a ver com direitos humanos, né?

Artigo XI
"Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente (...)", assim como toda pessoa inocente tem o direito de ser presumida delituosa, oras! Principalmente se for em panelinhas de fofoca!

Artigo XII
"Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação". A pergunta é: quem nunca é obrigado a passar por essas situações constantemente?

Artigo XIII
"1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado". Locomoção a pé. E pode residir nas beiras dos valões, ou nos lixões, ou em qualquer outro lugar que não "atrapalhe o sábado".
"2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar". É só comprar as passagens!

Artigo XIV
"Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países". Se não for executado antes.

Artigo XV
VENDO NACIONALIDADE! Nunca usada! Leve três pelo preço de duas!

(continua... ou não)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

quatrocentos e trinta e sete

No meio da viagem, o rapaz que me prestava o serviço de frete virou e disse:

"Você é diferente..."

"Sou?!?!?"

"É! Seu jeito de falar... Não sei... É diferente!"

"Tá bom... Vou levar como elogio..."

"Você não sabia que era diferente?"

"Não! É pelo cabelo curto?"

"Hum... Você é punk? Algo do tipo?"

"Sei lá... Sou?"

"Ah... Você é diferente!"

"Bom saber..."


quarta-feira, 7 de abril de 2010

quatrocentos e trinta e seis

Novo layout


Qualquer semelhança entre a nova cara do TQ e os jogos dos Super Mario Bros é mera coincidência. Ou não.

Deu muito trabalho pra achar um print screen com esse "pattern perfeito" que servisse de referência para a adaptação. Mas aí está. Espero que gostem.

Adendo: Bendito seja o emulador que faz o PS2 voltar à era 2D!

terça-feira, 6 de abril de 2010

quatrocentos e trinta e cinco

Esportes de verão tipicamente cariocas

O Rio de Janeiro é mundialmente conhecido pelas suas peculiaridades. E não poderia ser diferente quanto aos esportes. Vejam as modalidades mais badaladas do momento, que fazem parte das Olimpíadas de Verão Carioca:

Natação em esgoto: existem diversas modalidades do esporte, mas todas são realizadas em ruas alagadas pelas chuvas. As mais populares são as diversas variações de estilos da natação desportiva. As principais dificuldades do esporte consistem em driblar os mais variados objetos (e animais) que flutuam nas águas e sobreviver à primeira semana após a prova.

Carro enguiçado: é uma competição de força, na qual os atletas ou as equipes devem empurrar veículos enguiçados por uma via. As provas variam em dois estilos: carro de guerra (similar ao cabo de guerra) e corrida (o primeiro carro empurrado a cruzar a linha de chegada vence a prova).

Samba: passistas são avaliadas em coreografias solo, em dupla ou em grupo. Os critérios de avaliação consistem basicamente em coreografia, harmonia, fantasia, samba-enredo, comissão de frente e comissão de trás.

Orientação de risco extremo: modalidade na qual os atletas devem cruzar uma comunidade desconhecida, geralmente localizada em morros, contando apenas com um mapa. Além da capacidade de orientação, também são importantes nesse esporte a capacidade de desviar de projéteis e a sorte do atleta.

Raquetização: é praticada em quadras fechadas, onde são liberados diversos mosquitos aedes aegypti a partir de uma ligação com um terreno baldio repleto de água parada e larvas. A pontuação final da prova é obtida a partir da subtração dos pontos de dengue (caso o atleta venha a desenvolver a doença) dos pontos referentes à quantidade de mosquitos que o atleta consegue eliminar com a raquete elétrica.

Tiro sem alvo: as equipes praticam tiro livre, em qualquer direção, de pontos altos da cidade. A pontuação é proporcional à distância e à gravidade das vítimas atingidas.

Luge de deslizamento: os atletas devem descer uma encosta durante um deslizamento provocado por chuva, sentados sobre um pedaço de compensado. Vence o que chegar primeiro e não sofrer soterramento.

Salto de poça: modalidade na qual os atletas devem saltar poças de água em estilos que variam entre salto em distância, salto criativo e salto com guarda-chuva (similar ao salto com vara). O esporte depende das tempestades de verão.

Com a total possibilidade de realização dessas competições, devemos nos orgulhar dessa cidade que, além de maravilhosa, é inquestionavelmente olímpica!

Nós apoiamos o abaixo-assinado pelo reconhecimento do Recol (Resistência a Engarrafamento em Coletivos Lotados) como esporte olímpico. Assine!

sexta-feira, 12 de março de 2010

quatrocentos e trinta e quatro

Bebês, sono e depressão

De acordo com os estudiosos, enquanto adultos saudáveis dormem de 6 a 8 horas por noite, bebês dormem até 20h num único dia. Também é sabido que os recém-nascidos dormem encolhidinhos, por causa do hábito de permanecer em posição fetal. Deve ser um tanto assustador e (por que não?) traumatizante o começo de uma vida. De repente, sem o menor aviso ou explicação, seu cantinho se desfaz e você é cuspido pra uma realidade enorme e assustadora, completamente desconhecida. Será que o trauma do nascimento provoca algum tipo de depressão nos bebês? A vantagem é que a memória não se estruturou o suficiente para conservarmos tal trauma conscientemente. Fato que se transforma em desvantagem quando eu preciso dar asas ao meu empirismo. Como eu não lembro - e quem lembra ainda não sabe falar, nem escrever - é difícil de chegar a conclusões concretas sobre o assunto que vem alimentando a minha imaginação nos últimos dias: a possível depressão do bebê. Então vamos usar um pouco de lógica:

Pessoas deprimidas sofrem variações de sono e podem chegar a passar a maior parte do dia dormindo (afirmação A). Sentimentos de tristeza são aliviados por calor humano e, na falta do calor de outro humano, a posição fetal ajuda a aquecer e é frequentemente observada nos depressivos (afirmação B). As afirmações A e B são pistas claras de depressão.

Logo, se A + B = DEPRESSÃO, tudo indica que os bebês já nascem depressivos e que vão se recuperando ao longo dos meses. Podemos imaginar como: o carinho dos pais, as novas descobertas e todos os mimos são suficientes pra curar a depressão dos pequenos. Parece que encontramos um bom caminho para ajudar os grandalhões a superar suas dores psicológicas...

sábado, 6 de março de 2010

quatrocentos e trinta e três

Argumentos que vendem II

Dependendo da fase da vida, você tende a pertencer a um gênero específico. Quando criança, a descoberta constante de formas, cores e timbres novos faz da sua história um filme de animação. Na pré-adolescência todo mundo vive o típico filme do primeiro amor. A adolescência pode proporcionar um filme sobre o nerd que um dia se dá bem na vida, ou sobre a galera in que apronta as maiores confusões. Ao fugir da rotina, temos um filme de aventura. Mas repare bem que a maioria desses gêneros citados termina com o casamento dos mocinhos. E aí acaba. Ou quase. Depois ainda podem ser comédias românticas (que frequentemente acabam com outro casamento). Alguns pesadelos são tão intensos que podem pertencer a algum dos gêneros anteriores, ou até mesmo a ficção científica, terror ou ação. Mas o fato é que até mesmo esses filmes inverossímeis acabam com uma bela e romântica cerimônia de casamento. Ou seja, casar é dar a deixa para o fade out que chama os créditos.

Só existe uma única maneira de fugir dessa regra: seja um filme cult.

sexta-feira, 5 de março de 2010

quatrocentos e trinta e dois

Quando eu tiver um(a) filho(a), vou estender o braço e dizer:

Esse aí é o mundo. Toma. Ele é todo seu. Agora vai lá e faça o melhor proveito possível desse presente!

quinta-feira, 4 de março de 2010

quatrocentos e trinta e um

Argumentos que vendem

Em plena era das aparências, sofre quem ainda se importa em cultivar a autenticidade. Tudo precisa de um tratamento estético apropriado, desde as relações interpessoais aos negócios internacionais. Então precisamos investir pesado na história que vamos "vender" ao mundo. Porque é assim, né? Precisamos ter uma boa aparência para que os outros optem por nos consumir em vez de consumir qualquer outro que não tenha se vendido tão bem. Esse papo de "somos todos iguais" está totalmente ultrapassado, é coisa dos anos setenta. Seguindo a receita dos filmes hollywoodianos, uma boa história se constitui de começo, meio e fim, bem delimitados, e do desenvolvimento de um drama, com doses e humor e, claro, romance. Mas não pode seguir por caminhos excessivamente previsíveis, ou então o consumidor pode se entediar. Quer saber? Chegou a hora de me adaptar!

Shelly M. - O filme
Sinopse: Jovem que cresceu num ambiente familiar totalmente instável e foi vítima de violência física e moral nos anos mais importantes da sua vida encontra, na expressão artística, a melhor forma de exorcizar o passado. Mas a vida não é fácil e ela encontra os mais diversos obstáculos, que vão desde a falta de recursos aos transtornos psicológicos. A misantropia disputa com a solidão por quem conquistará o mérito por sua desgraça pessoal. Até que sua própria instabilidade a surpreende.

Preciso desenvolver isso... Cineastas de plantão, ajudem a melhorar o meu "filme", please!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

quatrocentos e trinta

Tá chovendo macarrão

Viagem tranquila, até que o ônibus pára (foda-se a nova ortografia) no ponto/sinal da Central do Brasil.

Uns pivetes, na calçada, avaliam a bolsa de uma mulher sentada perto da janela, no banco alto. Enquanto isso, um rapaz de roupa social, sentado bem atrás da mulher, repara nos moleques e entende suas intenções. Ele fica atento, até que um dos pivetes percebe e tenta roubar o guarda-chuva que ele carregava no colo.

Pra quê?!

O rapaz de roupa social puxa o guarda-chuva de volta e chama os pivetes pra dentro do ônibus, já arregaçando as mangas. Os moleques atendem ao pedido e são barrados na porta à base de chutes no peito. O rapaz de roupa social volta ao seu assento.

De repente, todos que acompanham a movimentação se afastam das janelas. "Vão tacar pedra", um passageiro gritou. E então eu vejo aquilo tudo vindo na minha direção e não consigo nem me proteger.

Sinto o impacto.

Olho pra baixo.

Era macarrão. E arroz. Umas batatas. Farofa, talvez.

"Jogaram uma marmita!", uma voz feminina surge de algum lugar.

Que morram de fome!

O sinal abre. O ônibus segue. Passo a mão no cabelo e na roupa, pra tirar os restos de comida. Horas depois, ainda encontro resíduos na minha blusa.

Nessas condições, não há fluoxetina que salve o carioca da depressão crônica.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

quatrocentos e vinte e nove

Manual de sobrevivência ao crescimento

Seria legal se desse pra ser criança de novo sem perder toda a bagagem acumulada até hoje. Ou que, ao menos, fosse possível enviar dicas pra nós mesmos no passado. Não sei se um dia vai ser possível, mas já sei quais dicas caberiam em cada momento da vida. Talvez possa ajudar os que estão passando pela terrível odisséia de crescer.

Vamos por idades:

Primeiros meses
Fica tranquilo. Eles são obrigados a cuidar de você. O escuro é exatamente igual ao que você vê quando as lâmpadas estão acesas. E tudo vai ficar bem.

1 ano
Tenha sempre em mente que raramente as coisas vão ser como você quer. Aceite isso desde já.

2 anos
Preste atenção em tudo. Não perca nenhum detalhe. Questione. Experimente. Investigue. Analise.

3 anos
Acredite quando os adultos te alertam para não fazer determinada coisa. Eles não estão tentando te privar de nenhum tipo de diversão. As coisas divertidas pra eles são exatamente aquelas que não te despertam o menor interesse.

4 anos
Gritar, espernear e repetir trocentas vezes não é o caminho para conseguir alguma coisa que não seja irritar os adultos. Apresente bons motivos pros seus pedidos. Ou nada feito. Entenda que você é apenas mais uma pessoa no mundo. Ninguém é obrigado a fazer as suas vontades. Seja muito grato quando tentam te agradar. Respeite quem se importa com você.

5 anos
O que te ensinam na escola é o mínimo que você deve saber. Domine a matéria da escola. E vá além. O universo sempre será maior do que você pensa.

6 anos
As aparências enganam em qualquer situação. Sempre estarão tentando usá-las contra você. As coisas não são como você vê.

7 anos
Você não é o dono da verdade. Nem o fulaninho do 7º ano. Nem ninguém. Existem muito mais verdades do que habitantes no planeta.

8 anos
Você não tem que ser igual a todo mundo. Sua vida não vai ser melhor assim.

9 anos
Não tenha vergonha de ser você. Não se esconda do mundo. Fale, dance, viva. Sem medo de ser feliz! Pagar mico é normal. Ninguém é perfeito.

10 anos
Não perca seu tempo falando da vida dos outros. Isso é falta de assunto. Você deve ter assunto o suficiente para oferecer ao mundo: leia livros, assista filmes, decore piadas... qualquer coisa que realmente possa acrescentar aos seus colegas. Evite falar mal. Se não tem nada positivo a declarar, mude de assunto. E pode abusar elogios, se forem sinceros.

11 anos
A beleza está nos olhos de quem vê. Faça a sua parte: pratique esportes, pegue leve nas sobremesas e frituras, cuide da saúde, dê um trato no cabelo, seja simpático. Os considerados "mais bonitos" pela galera nunca são os mais legais. Reveja seus conceitos caso todo mundo ou ninguém te ache legal.

12 anos
Valorize-se. Ou ninguém vai te valorizar. Não seja fácil demais, disponível demais, nem presente demais. Faça as pessoas perceberem o seu valor através da saudade. Mas cuidado: não confunda ser difícil com impossível. A não ser que você queira que desistam de você.

13 anos
Nunca seja o melhor em nada. Seja o 2º melhor. Os invejosos vão fazer de tudo para derrubar o melhor. Assim, quando isso acontecer, os louros serão todinhos do 2º melhor.

14 anos
Você não precisa ser diferente de todo mundo. Sua vida não vai ser melhor assim.

15 anos
Seu corpo reflete seu estilo de vida. Tem coisas que é melhor nem experimentar por enquanto.

16 anos
Poupe sua família de estresses desnecessários. A vida já é muito estressante por si só e problemas cardíacos são as principais causas de morte no Brasil. Aprenda a conquistar seu espaço usando "paz e amor". Deixe a guerra de lado.

17 anos
Não tenha pressa. Ninguém decide o que vai fazer da vida de uma hora pra outra. Na verdade, ninguém decide o que vai fazer da vida. As coisas é que vão acontecendo e tomando forma. Você ainda tem todo o tempo do mundo pra pensar, experimentar, desistir e recomeçar. Quantas vezes quiser. Sem pressão.

18 anos
Trabalhar não é tão ruim quanto parece. Mesmo que seja num subemprego. Ajuda a organizar melhor o tempo e a conquistar a tão sonhada liberdade.

19 anos
Seja forte e cerque-se de pessoas que estimulam sua criatividade, que melhoram sua auto-estima e que te enriquecem de alguma forma. Quanto ao resto, seja gentil e educado.

20 anos
Você pode amar quem você quiser. Mas só invista seu tempo e dedicação em quem te ama de volta.

21 anos
Conquiste seu lugar no mundo sem hesitar. Mexa-se! Agora!

sábado, 30 de janeiro de 2010

quatrocentos e vinte e oito

Antigamente, ouvir vozes era sinal da graça de Deus. Hoje, ouvir vozes é sinal de esquizofrenia.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

quatrocentos e vinte e sete

Então... "não é nada demais" seria o contrário de "não é nada demenos?"