quinta-feira, 15 de maio de 2008

cento e cinquenta e nove

Chegou a minha vez. Dois pivetes, com aqueeela carinha "amigável", subiram no ônibus e pararam na "parte traseira do veículo", em pé. Olharam prum lado, olharam pro outro... Analisaram todo mundo e começaram a cochichar. Saquei logo qual era a deles e aproveitei o momento do cochicho pra esconder tudo que pudesse me fazer falta. Depois fiquei monitorando eles pelo reflexo no vidro da janela. Dois mulatinhos, de boné e chinelo (e não tem preconceito nenhum aqui, pois não imaginei que as características físicas deles estivessem subentendidas, hein). O mais novo percebeu que eu acompanhava a movimentação pelo reflexo do vidro e sinalizou pro "colega de trabalho". Voltei a olhar diretamente pra eles quando eles voltaram a me analisar. Encarei. Passou um carro de polícia. Fiz uma cara de deboche e voltei a encarar os moleques. Eles sentiram que alguma coisa estranha tava acontecendo. Que cagaço, hein? Jogaram pedaço de ferro, prego pontudo e mais outros objetos não-identificados janela afora. Mesmo assim, continuei encarando, no mais puro blefe. Eles ficaram realmente preocupados. E desceram no ponto seguinte.

Por um instante tive vontade de rir. Mas isso não tem graça.

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