sexta-feira, 12 de março de 2010

quatrocentos e trinta e quatro

Bebês, sono e depressão

De acordo com os estudiosos, enquanto adultos saudáveis dormem de 6 a 8 horas por noite, bebês dormem até 20h num único dia. Também é sabido que os recém-nascidos dormem encolhidinhos, por causa do hábito de permanecer em posição fetal. Deve ser um tanto assustador e (por que não?) traumatizante o começo de uma vida. De repente, sem o menor aviso ou explicação, seu cantinho se desfaz e você é cuspido pra uma realidade enorme e assustadora, completamente desconhecida. Será que o trauma do nascimento provoca algum tipo de depressão nos bebês? A vantagem é que a memória não se estruturou o suficiente para conservarmos tal trauma conscientemente. Fato que se transforma em desvantagem quando eu preciso dar asas ao meu empirismo. Como eu não lembro - e quem lembra ainda não sabe falar, nem escrever - é difícil de chegar a conclusões concretas sobre o assunto que vem alimentando a minha imaginação nos últimos dias: a possível depressão do bebê. Então vamos usar um pouco de lógica:

Pessoas deprimidas sofrem variações de sono e podem chegar a passar a maior parte do dia dormindo (afirmação A). Sentimentos de tristeza são aliviados por calor humano e, na falta do calor de outro humano, a posição fetal ajuda a aquecer e é frequentemente observada nos depressivos (afirmação B). As afirmações A e B são pistas claras de depressão.

Logo, se A + B = DEPRESSÃO, tudo indica que os bebês já nascem depressivos e que vão se recuperando ao longo dos meses. Podemos imaginar como: o carinho dos pais, as novas descobertas e todos os mimos são suficientes pra curar a depressão dos pequenos. Parece que encontramos um bom caminho para ajudar os grandalhões a superar suas dores psicológicas...

sábado, 6 de março de 2010

quatrocentos e trinta e três

Argumentos que vendem II

Dependendo da fase da vida, você tende a pertencer a um gênero específico. Quando criança, a descoberta constante de formas, cores e timbres novos faz da sua história um filme de animação. Na pré-adolescência todo mundo vive o típico filme do primeiro amor. A adolescência pode proporcionar um filme sobre o nerd que um dia se dá bem na vida, ou sobre a galera in que apronta as maiores confusões. Ao fugir da rotina, temos um filme de aventura. Mas repare bem que a maioria desses gêneros citados termina com o casamento dos mocinhos. E aí acaba. Ou quase. Depois ainda podem ser comédias românticas (que frequentemente acabam com outro casamento). Alguns pesadelos são tão intensos que podem pertencer a algum dos gêneros anteriores, ou até mesmo a ficção científica, terror ou ação. Mas o fato é que até mesmo esses filmes inverossímeis acabam com uma bela e romântica cerimônia de casamento. Ou seja, casar é dar a deixa para o fade out que chama os créditos.

Só existe uma única maneira de fugir dessa regra: seja um filme cult.

sexta-feira, 5 de março de 2010

quatrocentos e trinta e dois

Quando eu tiver um(a) filho(a), vou estender o braço e dizer:

Esse aí é o mundo. Toma. Ele é todo seu. Agora vai lá e faça o melhor proveito possível desse presente!

quinta-feira, 4 de março de 2010

quatrocentos e trinta e um

Argumentos que vendem

Em plena era das aparências, sofre quem ainda se importa em cultivar a autenticidade. Tudo precisa de um tratamento estético apropriado, desde as relações interpessoais aos negócios internacionais. Então precisamos investir pesado na história que vamos "vender" ao mundo. Porque é assim, né? Precisamos ter uma boa aparência para que os outros optem por nos consumir em vez de consumir qualquer outro que não tenha se vendido tão bem. Esse papo de "somos todos iguais" está totalmente ultrapassado, é coisa dos anos setenta. Seguindo a receita dos filmes hollywoodianos, uma boa história se constitui de começo, meio e fim, bem delimitados, e do desenvolvimento de um drama, com doses e humor e, claro, romance. Mas não pode seguir por caminhos excessivamente previsíveis, ou então o consumidor pode se entediar. Quer saber? Chegou a hora de me adaptar!

Shelly M. - O filme
Sinopse: Jovem que cresceu num ambiente familiar totalmente instável e foi vítima de violência física e moral nos anos mais importantes da sua vida encontra, na expressão artística, a melhor forma de exorcizar o passado. Mas a vida não é fácil e ela encontra os mais diversos obstáculos, que vão desde a falta de recursos aos transtornos psicológicos. A misantropia disputa com a solidão por quem conquistará o mérito por sua desgraça pessoal. Até que sua própria instabilidade a surpreende.

Preciso desenvolver isso... Cineastas de plantão, ajudem a melhorar o meu "filme", please!