Caro professor,
Eu não gosto de acordar cedo. Também não gosto de desperdício de tempo, nem de energia. O deslocamento até a instituição de ensino é um esforço intenso demais para ser recompensado com duas horas de blablablá sem o menor fundamento. Desculpa, mas não estou interessada na sua vida pessoal, nem nas suas histórias profissionais. Não sou terapeuta. Não sou sua amiga. Não sou sua fã. Meu ouvido não é penico e o meu corpo não é de bronze. É essencialmente impossível que a atenção de qualquer ser humano possa estar voltada a um único foco por tanto tempo. É humilhante ser obrigada a sentar de frente a uma fonte sonora que muitas vezes é consideravelmente desagradável. Frequentemente me sinto como se o silêncio fosse mais digno de penetrar pelos meus ouvidos do que as palavras que saem da sua boca. Mas não há nada pior do que ser obrigada a suportar meses de tortura em troca de alguns créditos que, somados com muitos outros, me proporcionarão - um dia - o direito de ter um diploma no meu nome. Deveria ser diploma de psicóloga, já que a maior parte do curso é dedicada a sessões de tortura psicoterapêutica. Ou diploma de ouvinte, sei lá. Afinal, nenhum professor segue a ementa dos cursos que ministram mesmo. Você não é diferente. Eu sei que a bibliografia recomendada não passa de dados para serem incluídos na última página dos trabalhos acadêmicos.
Mas, sejamos práticos: já pensou em fazer terapia com um profissional? Que tal avaliar os alunos de acordo com os objetivos da disciplina? E, sobre a presença obrigatória, trata-se de carência? Necessidade de público? Ou exibicionismo?
Nós sabemos que o conteúdo não precisa necessariamente ser transmitido em encontros maçantes e tão frequentes. Cabe a você nos proporcionar uma experiência mais agradável - e construtiva - de aprendizado.
Tenha um bom dia.
M.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
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2 comentários:
acho que vou mandar isso pra alguns professores meus.
mto bom!
Acho que vou mandar pra TODOS eles.
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