quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

trezentos e sessenta e quatro

Quarta-feira de cinzas

Dia seguinte às comemorações da festa pagã do Carnaval, no Brasil dos séculos XX e XXI. Como a festividade se estendia até uma terça-feira, a quarta-feira de cinzas era o dia de descanso dos foliões brasileiros. O nome veio do hábito carioca de deixar para cremar todos os mortos dos dias de festividades apenas depois do encerramento das orgias e dos exibicionismos em geral, e da recuperação da ressaca. O alto nível de desordem social proporcionava uma produção intensa de cinzas humanas.

A data acabou sendo associada ao calendário religioso, já que as missas póstumas eram comuns e funcionavam como meio de divulgação eficaz das empresas de cremação. Os meteorologistas também reforçavam a data, visto que era um dia que sempre coincidia com as movimentações das massas de ar responsáveis por precipitações intensas (conhecidas na época como chuvas de verão). Tal regularidade proporcionava previsões climáticas certeiras para a data.

A quarta-feira de cinzas foi retirada do calendário no século XXII, quando filósofos holandeses naturalizados brasileiros concluíram que a melhor forma de acabar com a banalização da violência no país era destacando-na dos eventos comemorativos.

Nick Scrotto, pesquisador da cultura nádega e doutor em Carnaval pela Hunivercidade Istássio d Ça.

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