segunda-feira, 29 de junho de 2009

quatrocentos e um

Rewind

Passado o choque inicial da morte do Michael Jackson, quinta passada, as notícias continuam pipocando em todos os veículos possíveis. Andando pelo Rio de Janeiro, é fácil ouvir os clássicos do Rei do Pop soando das mais variadas fontes, de estabelecimentos comerciais aos residenciais. Isso porque os mp3 players não explicitam que estão recheados de álbuns do falecido astro.

É inacreditável! O Michael fazia parte do grupo daquelas pessoas que a gente acha que não vão morrer nunca. Depois da Dercy, parece que realmente abriu espaço para a morte desses ícones indestrutíveis. Não me surpreenderia se nos próximos meses morressem o Silvio Santos, a Xuxa, o Roberto Carlos, a Madonna, o Ronaldo, o Pelé e tantos outros "reis" da mídia.

A situação é tão inesperada, que todo mundo busca uma explicação plausível. E aparecem várias manchetes acusando um remédio como culpado. Como se ninguém morresse aos 50 anos. Ainda mais de infarto. Oras, meu pai morreu de infarto fulminante aos 52 anos. E olha que ele nunca teve vitiligo, nunca trocou de cor, nunca foi ídolo pop, nunca sofreu pressão da mídia, nunca foi acusado de abusar de menores e não tomava remédios. A morte do Michael pode ter sido natural, sim. Infarto é uma das principais causas de morte nos EUA. Por quê não aconteceria com o Rei?

A verdade é que a mídia ressucitou o ídolo Michael Jackson só para transformar a sua morte em mais um grande espetáculo. Afinal, como muitos já comentaram por aí, a mídia já tinha assassinado o cara faz tempo. É a última chance de atrair o público às custas desse monarca, é a última chance de "fazer dinheiro", como eles dizem. Para a festa ficar completa, só falta apresentação circense, freak show, petiscos e um Glauber Rocha com uma câmera em punho, disposto a registrar o momento. Afinal, "somente a ingratidão" foi a "companheira inseparável" da estrela que mudou de cor, dançava pra trás e gostava de crianças.

O assunto ainda vai dar muito pano pra manga, mas nada tira da minha cabeça que foi uma morte natural, resultado de estresse crônico. No fim de tudo, acabou que Michael finalmente descobriu o que é sossego. E talvez esse seja o começo de uma saga de estresse crônico para muitos jornalistas. Estressem-se em paz.

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