quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

cento e dez

O dia estava bem quente. Uns trinta e sete graus. Eu fazia minha caminhada diária até o ponto-de-ônibus, até que o silêncio da rotina foi interrompido por barulhos altos, agudos e repetitivos. "Pá... pá... pá".

Só deu tempo de ver um carro da polícia, desses novos, e um monte de pedestres e policiais armados correndo em direções um tanto aleatórias.

"Fodeu. Vou morrer".

Não dava pra pensar direito. Quis me jogar no chão, mas a minha resposta natural foi sair correndo na direção para a qual tivesse menos gente correndo.

O barulho continuava. As caras de terror dos transeuntes ficaram registradas na minha memória, que nem fotos. Concluí que precisava entrar no primeiro buraco que eu encontrasse. Vi um quadrado enorme, escuro, profundo. Entrei.

Não me afastei muito da entrada. Só me abaixei e esperei o barulho parar. Alguns minutos depois, veio o silêncio prolongado. Restou apenas o barulho dos carros que voltaram a circular pela via. Lembrei das instruções das pipocas de microondas: "quando o intervalo entre os estouros for maior que 2 segundos, desligue o aparelho".

Hum.

Só então olhei ao meu redor, um salão enorme. Vi um foguinho no lado oposto ao meu. Olhei pra cima e encontrei um nome.

É, a Igreja Universal me salvou.

2 comentários:

Unknown disse...

estou pensando em comprar um colete à prova de balas.

Anônimo disse...

crenteeee!