sexta-feira, 10 de julho de 2009

quatrocentos e quatro

Gripsuína

Tudo começou no sábado. Barzinho na Zona Sul, gringos, chuva e até produtora de reality show da Globo. No dia seguinte, meu namorado caiu de cama. Logo depois fui eu. Gripe. Suína? Possivelmente. Não dá pra ter certeza, porque os exames agora só são feitos em casos graves. Tudo bem, eu sei que não faz diferença. Gripe é gripe. Venha ela do porco, da galinha ou do namorado...

Mas que gripe do mal! Tudo dói! Numa hora é frio; noutra é calor. E não dá vontade de levantar da cama nem pra tomar banho (OINC). Depois de passar a semana inteira na cama, resolvi levantar hoje pra resolver alguns problemas no mundo lá fora. Depois de um banho caprichado, a pressão caiu. Joguei alguns sintomas no Google: "febre, dor no tórax, falta de ar, dor de cabeça..." e aproveitei pra acessar um site de notícias. Afinal, informação nunca é demais. Simultaneamente, caí numa página sobre os sintomas da pneumonia e numa notícia sobre a morte do traveco do bafafá do Ronaldo. Não é que o traveco morreu de pneumonia? Na mesma hora chamei um táxi e fui num posto de saúde aqui perto.

Chegando lá, o cara da recepção parecia um surdo que só sabia dizer "não". E olha que, segundo a minha pesquisa, lá teria a especialização em pneumologia. Vale acrescentar que eu tentei ligar antes de sair de casa. Em vão.

Irritada, peguei um ônibus pro Fundão. "Se o 'Mocotó' foi atendido lá, então é pra lá que eu vou", pensei. Na recepção, fui orientada a ler um cartaz antes de mais nada. No cartaz dizia que o atendimento para os casos de influenza se limitariam aos pacientes idosos, portadores de doenças crônicas, imunodeficientes e etc. Se a primeira enfermeira que me atendeu foi curta e grossa, o segundo foi todo simpático. Mas depois de uns 10 minutos de conversa, o máximo que ele fez foi medir minha pressão e me mandar pra casa. Não consegui nem um nome de remédio pra tomar.

O mais interessante nessa história é que eu já estive no telhado do Hospital Universitário, como imprensa, realizando imagens de apoio para uma matéria sobre a construção do Bandejão. E como paciente, não consegui passar da recepção. "Saúde pública é um negócio complicado", falou o enfermeiro simpático. "No seu caso, encaminhamos prum hospital com emergência. Mas se eu fosse você, iria pra casa descansar". Que bom! Afinal, se eu quisesse sassaricar, teria escolhido uma temática mais interessante do que o SUS. No fim das contas, foi um bom conselho. Se eu chegasse em pé e consciente numa emergência, não seria levada a sério. Medicina preventiva está fora da nossa realidade. Nêgo só é atendido se estiver agonizando.

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